As negociações entre Brasil e México para abertura do mercado de material genético tiveram mais um avanço em dezembro. Durante reunião ocorrida na feira Nacional Cebú, na cidade mexicana Tuxtla Gutierrez, no dia 16 de dezembro, autoridades locais reconheceram a importância da genética brasileira zebuína para o melhoramento do gado daquele país e firmaram compromisso de agilizar a abertura do comércio entre os dois países. Segundo o coordenador geral de Pecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação mexicana, José Gurría Treviño, já foi solicitada uma análise de risco relativa à parte sanitária do Brasil e posteriormente ocorrerá a assinatura do protocolo.
A abertura do mercado com o Brasil também foi defendida pelo senador Zoé Roblero, pelo deputado federal Julián Nazar e por vários presidentes de associações de criadores de gado do México que participaram da reunião. As autoridades mexicanas acreditam que o zebu brasileiro poderá ajudar aquele país a dar um salto em qualidade genética, ajudando a elevar a produção de carne e de leite. O México tem regiões com características climáticas semelhantes à do Brasil e isso facilita a adaptabilidade do gado ao local, sem interferir na produtividade animal.
Para a diretora da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) Ana Cláudia Mendes de Souza, a reunião com as autoridades mexicanas foi um passo importante para a definição do protocolo e uma oportunidade de mostrar o alto grau de eficiência do trabalho de seleção realizado no Brasil, hoje o maior celeiro de genética zebuína do mundo.
A participação da ABCZ na Nacional Cebú, feira ocorrida de 12 a 18 dezembro, envolveu ainda a divulgação das raças zebuínas, de tecnologias e de produtos pecuários brasileiros no estande do projeto Brazilian Cattle, que é realizado em parceria com a APEX-Brasil e mais de 70 empresas associadas. Os criadores mexicanos e de outros países puderam participar no estande de palestras técnicas sobre biotecnologias, melhoramento genético e as raças zebuínas ministradas pelas empresas In Vitro, Ourofino, Fazendas do Basa, Guzerá Marca S, Fazenda W2R, Genética Brasil.
Na pista da exposição mexicana, o julgamento das raças Brahman, Gir, Guzerá, Indubrasil, Nelore e Nelore Mocho ficou a cargo da jurada brasileira da ABCZ Lucyana Queiroz. Mais de 1000 animais foram julgados.
Outro evento realizado pela ABCZ foi uma coletiva de imprensa sobre o trabalho da entidade no melhoramento genético das raças zebuínas que reuniu jornalistas dos principais veículos de comunicação de Chiapas. Além da diretora Ana Claudia Mendes de Souza, participaram da coletiva o gerente Técnico Internacional da ABCZ Mario Karpinskas Júnior e associados do Brazilian Cattle. “O México é um mercado muito importante para o Brasil e queremos contribuir para que o país avance no melhoramento genético do rebanho, inclusive com a possibilidade de futuras parcerias e convênios com as associações mexicanas.”, diz Karpinskas Júnior.
Fonte: ABCZ